“Uma delegação encabeçada pela Ministra da Saúde e dos Direitos da Mulher de São Tomé e Príncipe, Angela Costa, enquanto Presidência em exercício da CPLP, esteve presente no passado dia 19 de junho de 2024, na sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) onde participou na 1ª Conferência Internacional sobre a Doença Falciforme.
Falar de anemia falciforme é crucial não só pela melhoria da qualidade de vida dos indivíduos afectados, mas também pela promoção da equidade na saúde global.
Pela primeira vez em língua portuguesa a conferência reuniu especialistas de renome destacando-se a presença de representantes dos Ministérios da Saúde dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), Brasil, Portugal, e da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Este evento realizado em comemoração do dia19 de Junho, data em que foi oficialmente designado como o Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme, teve como objetivo, compartilhar estratégias, troca de experiências e consolidar a cooperação entre os paises da CPLP e PALOP para a existência de maior conhecimento da doença, aumentar o conhecimento a compreensão do público sobre a doença e os desafios vivenciados em cada país presente nesta conferência.
São Tomé e Príncipe através dos Médicos, Isaulina Barreto e Daniel Carvalho, e Celdidy Monteiro que se encontra em Portugal mas foi representar a Drepacomunidade São-tomense, partilharam as experiências e dificuldades existentes no arquipelago santomense quer como profissionais quer como pais.
O evento foi organizado pela Associação Portuguesa de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias (APPDH – DrepaComunidade), pela Associação Lusófona de Especialistas para a Doença Falciforme (ALUA), pelo St. Jude Children’s Research Hospital e pela CPLP.
Em São Tomé e Príncipe pouco ou nada se falou massivamente até hoje desta doença, que afecta milhões de pessoas em todo o mundo, nomeadamente na região da África Subsariana.
A nível nacional têm sido divulgados aconselhamentos às mulheres, porque a anemia falciforme é uma doença genética (passa de pais para filhos), caracterizada por uma alteração na estrutura dos glóbulos vermelhos que pode causar dores intensas, infeções frequentes e complicações graves em diversos órgãos.
Apesar da anemia falciforme não ter cura acessível, com a devida assistência os doentes podem viver além dos 50 anos. Todavia, sem tratamento a maioria não chegará aos 5 anos. A terapia génica para o tratamento destes doentes está em fase de ensaios clínicos, com resultados bastante promissores.
Esta doença é a 12ª causa de morte abaixo dos 5 anos em todo o mundo, a anemia falciforme tem que ser olhada de outros moldes em termos de financiamento para investigação, acesso a tratamento e políticas de saúde pública.”